Raul Seixas 80 Anos
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Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando
Foi justamente num sonho que ele me falou
Às vezes você me pergunta
Por que que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao seu lado
Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me beixa
Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar
Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do ar
Eu sou as coisas da vida, eu sou o medo de amar
Eu sou o medo do frango, a força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu vou te dar, te dar, te dar
Eu sou o seu sacrifício, a placa de contramão
O sangue no olhar do vampiro e as juras de mão de sangue
Eu sou a vela que acende, eu sou a luz que se apaga, eu sou a beira do abiso, eu sou
Porque você me pergunta Perguntas não vão lhe mostrar
Por que eu sou feito da terra Do fogo, da água e do ar
Você me tem todo dia Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim
Nas estrelas eu sou o treveado
A pesca do pescador
A letra A tem meu nome
Dos sonhos eu sou o amor
Eu sou a dona de caça Nos pac-pacs do mundo
Eu sou a mão do carrasco Surrasco no lago profundo
Ta-ri-ta-ri-ta-ri-ta-ri-ta
Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do ceco
E a cerveja da visão
Mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai, o avô
O filho que ainda não veio
O início, o fim e o meio
O início, o fim e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio