A, Am, C, D, Dm, E, Em, F, G
"Noite especial, feito de pessoas especiais, eu queria muito barulho pra esse cara foda,
Gabriel Pensador!"
"Alô, Manevá!
Fogo e sofá!"
"A criminalidade toma conta da cidade, a sociedade põe a culpa nas autoridades, o
clássico oficial, viajou pro Pantanal, porque aqui a violência tá demais, e lá encontrou
um velho índio que usava um fio dental e fumava um cachimbo da paz, o presidente deu
um tapa no cachimbo e na hora de voltar pra capital, ficou com preguiça, trocou seu paletó
pelo fio dental e nomeou o velho índio pré-ministro da justiça, e o novo ministro, chegando na
cidade, achou aquela tribo violenta demais, do que todo carapalhada vivia atrás das
já disse, chamou a TV e o jornal, e disse o índio chegou trazendo novidade, e o índio
trouxe o castigo da paz.
Lorezinha, sete a mais, se liga, Lorezinha.
Apaga a fumaça do devolver da pistola, manda a fumaça do castigo pra cachola, acende, puxe,
Prende, passa, índio quer caximbo, índio quer
Todo mundo experimenta o caximbo da floresta
Mas dizem que é do bom, dizem que não pesta
Querem proibir, querem liberar
E a polêmica chegou até o Congresso
Tudo isso deve ser pra evitar a concorrência
Porque não é Hollywood, mas é o sucesso
E o caximbo da paz deixou o povo mais tranquilo
Mas o fumo acabou porque só tinha oitenta quilos
E o povo aplaudiu quando o índio partiu pra selva
Eu vou tá com uma tonelada, só que quando ele voltou, sujou
A Polícia Federal preparou uma sila, o castigo da paz foi proibido
Cê entra na caçamba, vagabundo, vamo pra DP!
Ê, ê, ê, ê, ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê, Ê
com um vício e um caso diferente, um cachaceiro esfaqueou o dono do bar porque ele não vendia
pinga fiado e um senhor bebeu whisky demais, acordou com uma trans e assassinou a coitada.
O viciado no jogo apostou a mulher, perdeu a aposta e ela foi sequestrada.
Então corrense tanta violência que o índio não tava entendendo nada, ele viu que o delegado
fumava um charuto fedorento, e acendeu um da paz, pra relaxar, mas quando pôs dar um
tapinha, deu pra um tapão violento, e o chute naquele lugar, foi mandado pra um presídio
no caminho, assistiu a um acidente provocado por excesso de cerveja, uma jovem que bebeu
demais, atropelou um padre e os noivos na porta da igreja, e pro índio nada mais faz
sentido. Contra as drogas porque só o seu cachimbo é proibido. Traz ciga, sente a mãe,
se rirá, traz ciga. Apaga a fumaça do revólver da pistola, manda a fumaça do cachimbo pra
cachola. Acende, puxe, prende, passe. Índio quer cachimbo, índio quer. Na penitenciária,
O índio, fora da lei, conheceu os criminosos de verdade.
Entrando, saindo e voltando cada vez mais perigosos pra sociedade.
Aí, compadre, tá roubando um sorteio na prisão pra reduzir a superlotação.
Todo mês alguns presos têm que ser executados e o índio, dessa vez, foi um dos sorteados.
E tentou acalmar os outros presos.
Era aí, vamos fumar um castigo da paz.
Eles começaram a espancar o velho índio até não poder mais
E antes de morrer ele pensou "Isso aqui é danzada demais"
Eles querem acabar com a violência, mas a paz é contra lei e a lei é contra paz
E o castigo do índio continua proibido, mas se você quer comprar, é mais fácil que pão
Hoje em dia ele é vendido pelos mesmos bandidos que mataram o velho índio na prisão
Maneba, que vibe!