Belchior
A, Am, B, E
Há tempo, muito tempo que eu estou longe de casa
E nessas ilhas cheias de distância
O meu blusão de couro se estragou
Ouvi dizer de um papo da rapaziada
Que aquele amigo que embarcou comigo
Cheio de esperança e fé, já se mandou
Sentado à beira do caminho, pra pedir carona
Tenho falado à mulher, companheira
Quem sabe lá no trópico, a vida esteja a mil
E o cara que transava à noite, num Danube azul
Me disse que faz sol na América do Sul
E nossas irmãs nos esperam no coração do Brasil
Minha rede branca, meu cachorro ligeiro
Sertão, olho concorde, que vem vindo do estrangeiro
O fim do termo saudade, como chá e brasileiro
De alguém sozinho a cismar
Gente de minha rua, como eu andei distante
E quando eu desapareci, ela arranjou um amante
Minha anomalista linda, ainda sou estudante
Da vida que eu quero dar
Até parece que foi ontem
Minha mocidade com diploma de sofrer
De outra universidade
Falou destina, quero esquecer o francês
E vou viver as coisas novas, que também são boas
O amor, o humor das praças, cheias de pessoas
Agora eu quero tudo, tudo outra vez
Minha rede branca, meu cachorro ligeiro Sertão, olha o Concorde
Que bem-vindo do estrangeiro, o fim do termo saudade
Com o charme brasileiro de alguém sozinho acismar
Gente de minha rua, como eu andei distante Quando eu desapareci, ela arranjou um amante
Minha anomaly está linda, ainda sou estudante Da vida que eu quero dar