Samuel Rosa, Nando Reis
A, D, Db, Dbm, E, G, Gb
E afinal, ela quer me entregar ou não quer?
Um beijo letal e some no espaço
E afinal, de onde vem? Será que tem mais também?
Não ouço sinal de ninguém nesse rádio
Ela entrou numa astronave
Seu som risal, capsular, circular sensual
De longe chegou, habitante de Marte
Que depois de morder me deu um soco e assoprou
Depois de comer lavou suas mãos e a enxugou
E eu não passo de um brinquedo desmontável
Mas no meu quintal desceu essa nave de Vênus
Vestida de noiva, de véu e grinalda E sem explicar, eu olhei para baixo e vi no terreiro
Um trevo de cinco folhas que é muito mais raro
Eu entrei numa astronave Eu entrei numa astronave
E sem avental, sem sapato ou gravata flutuei
Muito acima do asfalto eu e a felicidade
Que depois de me ver mostrou seu rosto e acenou
Depois disse adeus, beijou minha boca e abençoou
Ela não passa de um desejo
Inflamável
Na-na-na-na, na-na Na-na-na-na, na-na
Natural é ter um trabalho, um salário, um emprego
Não me confiava, eu respeito na praça
Mas afinal o que é felicidade é sossego
Nesse mundo pequeno de tempo e espaço
Ela só vem dizer que quem nasceu já conquistou
O reino de Deus é um direito
Não é um milagre!